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União de esforços para enfrentar a escassez hídrica no Brasil

O Brasil enfrenta a pior escassez hídrica desde 1930. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), nos últimos sete anos a situação vem ficando mais grave, já que neste período os reservatórios das hidrelétricas receberam um volume inferior à média histórica. A previsão é de que os reservatórios das usinas hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste cheguem ao fim de setembro com apenas 15,4% da capacidade.

Para piorar o cenário, em agosto choveu menos do que o esperado. Segundo o ONS, a crise hídrica tem exigido medidas adicionais do setor elétrico para não faltar energia em outubro e novembro – os meses que serão os mais críticos do ano. Por isso, a partir desta quarta-feira (1º) entra em vigor uma nova bandeira tarifária nas contas de luz de todo o país. Chamada de "bandeira tarifária escassez hídrica", ela vai adicionar R$ 14,20 às faturas a cada 100 kW/h. O aumento foi anunciado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a previsão é de que a nova bandeira permaneça em vigor até 30 de abril de 2022, diferente do sistema atual, em que ela é revisada mês a mês. Os cidadãos que aderem à tarifa social não serão afetados pela nova bandeira.

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), órgão presidido pelo Ministério de Minas e Energia (MME), afirmou que, para combater a piora das condições hídricas é imprescindível a adoção de novas medidas, além das já praticadas. Diante da situação, o governo federal publicou o Decreto nº 10.779, que estabelece ações para a redução do consumo de energia elétrica na administração pública federal e o programa para redução voluntária da demanda por grandes consumidores (como as indústrias), por meio da Portaria 22/2021. Em reunião extraordinária entre o CMSE e representantes do MME, da Aneel e outros agentes do setor, foi apresentado o programa de incentivo à redução voluntária do consumo de energia por clientes (residências, comércio e indústria de pequeno porte). Foi criada também pela Medida Provisória nº 1.055/2021 a Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG). A CREG visa fortalecer a governança para o enfrentamento da escassez hídrica vivenciada no País em 2021, estabelecendo, assim, a articulação necessária entre os órgãos e entidades responsáveis pelas atividades dependentes dos recursos hídricos.

Diante do cenário, o governo também anunciou ontem que dará desconto de R$ 0,50 por kWh economizado nas faturas dos próximos meses para os consumidores que pouparem entre 10% e 20%. A medida começa a valer agora em setembro e vale até dezembro, mas pode ser prorrogada. Pessoas de baixa renda que aderem à tarifa social também vão poder participar do programa de incentivo à redução voluntária do consumo de energia elétrica. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em cadeia nacional, falou sobre o objetivo do governo. Segundo ele, o governo busca mostrar para o consumidor que a energia está mais cara efetivamente e que adotando a redução do consumo agora, a energia poderá se tornar mais barata no futuro.

O Sistema de Bandeiras

Desde 2015, as contas de luz passaram a considerar o Sistema de Bandeiras, composto pelas modalidades: verde, amarela e vermelha. Essas cores indicam se haverá ou não valor a ser repassado ao consumidor final em função das condições de geração de eletricidade. Se temos poucas chuvas e as termelétricas estão acionadas, o custo sobe e adotamos a bandeira amarela ou vermelha. Se os reservatórios estão cheios, não usamos as termelétricas e a bandeira é verde.

Com os reservatórios baixos, a perspectiva é de alta no custo da energia já que exige o acionamento de mais térmicas. Assim, a bandeira pode passar para as cores amarela e vermelha (patamar 1 ou 2), em que há o custo extra.

Antes do sistema de bandeiras, o custo do acionamento das térmicas era repassado atrasado, somente no reajuste anual das tarifas, o que acarretava na cobrança de juros, penalizando o consumidor.


Com a criação das bandeiras, estima-se uma economia de R$ 4 bilhões aos consumidores de todo o país, justamente porque agora o repasse dos custos das térmicas ocorre mensalmente, sem a incidência de juros quando o repasse de custos é integral.

Além disso, as bandeiras dão transparência ao custo real da energia e permitem ao consumidor se programar e ter um consumo mais consciente. Antes, ele não sabia que a energia estava mais cara. Agora ele sabe e pode se programar. Se a bandeira está num patamar elevado, ele sabe que é conveniente economizar, ter um consumo mais consciente e evitar o desperdício de água e energia.

entenda as bandeiras


Campanha nacional para reduzir o consumo de energia

Com a intenção de unir esforços para que todos contribuam com a segurança do fornecimento de energia elétrica nesse momento delicado, o Ministério de Minas e Energia (MME), a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee) e suas associadas, lançaram a campanha Consumo Consciente Já, cujas peças devem estar nas ruas nos próximos dias. “Este ano a Celesc já trabalhou no reajuste tarifário anual, para continuar a praticar uma das menores tarifas do Brasil e, com a mesma responsabilidade, vem pedir o empenho de seus clientes no enfrentamento dessa escassez hídrica sem precedentes, com uso racional da energia elétrica”, afirma o presidente da distribuidora catarinense, Cleicio Poleto Martins. Segundo Cleicio, a união de esforços é fundamental para ultrapassarmos o período critico. Com atitudes simples é possível economizar energia, gastar menos e, ainda, contribuir para amenizar a crise.

A  Campanha “Consumo Consciente Já”, que será veiculada nos canais oficiais da Celesc, emissoras de rádio, TV e mídias digitais, trará dicas simples, mas efetivas, para que a população possa contribuir com essa importante causa para todos. Veja mais informações no site oficial: https://www.consumoconscienteja.com.br/#Consumoconsciente

Sobre o parque gerador brasileiro

Existem várias formas de gerar energia: usinas hidrelétricas, termelétricas, solares, eólicas. No Brasil, a maior parte da energia é gerada por usinas hidrelétricas, que utilizam a água dos rios.

O sistema elétrico nacional é interligado, isso significa que a energia gerada em uma região abastece diversas áreas do país. Por isso, mesmo que chova em um estado, por exemplo, se a chuva for escassa em outro, há um desequilíbrio que prejudica a transmissão de energia.

Ou seja, quando a quantidade de chuvas no país não é suficiente, como ocorre este ano, o nível dos reservatórios das hidrelétricas cai, a vazão da água não consegue gerar eletricidade e é preciso recorrer a outras soluções mais complexas e caras.Para evitar que a situação piore, é preciso que todos façam um consumo mais consciente de energia e evitem desperdício.

 

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