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Programas de Eficiência Energética e Pesquisa & Desenvolvimento completam 20 anos

Há 20 anos, a Celesc investe parte de sua receita em Programas de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) e de Eficiência Energética (PEE) que têm papéis importantes na melhoria da qualidade do sistema elétrico em sua área de concessão. Desde os anos 2000, foram aplicados acima de R$ 430 milhões em mais de 170 projetos da área de eficiência energética e cerca de R$ 200 milhões em 290 projetos de P&D. Somente em 2020, foram investidos, aproximadamente, R$ 20 milhões em apoio aos 34 programas de eficiência em andamento e R$ 14 milhões nos 25 projetos em curso na área de P&D. Um recorde para a empresa.

O presidente da Celesc, CleicioPoleto Martins, ressalta que os projetos de P&D e PEE são pensados não apenas para manter a empresa na vanguarda tecnológica do setor elétrico, mas para gerar um impacto positivo no cotidiano dos diferentes perfis de consumidores. “O objetivo da companhia é fortalecer ainda mais esses programas na base econômica e social, na medida em que impactam no gasto da população com energia elétrica e influenciam na redução do consumo da matriz energética do estado e do país. Além disso, eles incentivam as diversas classes de consumidores, sejam residenciais, entidades filantrópicas, administração pública, comércio e indústrias a utilizarem a energia elétrica de forma consciente, segura e eficiente, com qualidade de vida e respeito permanente ao meio ambiente”, destaca.

Segundo Cleicio, na área de P&D, a Celesc atua com um dos maiores programas do país. “Além de estimular e fortalecer as intuições de pesquisa, como as universidades, nosso programa de P&D busca o desenvolvimento tecnológico da distribuição de energia, da transmissão de dados via rede elétrica e da eficiência energética”, ressalta.

Para o supervisor do Departamento de Engenharia e Planejamento da Celesc, André Leonardo Konig, os investimentos da companhia em projetos de pesquisa e inovação mantêm a empresa em contato com novas tecnologias e tendências do setor, além de aproximar cada vez mais a Celesc da comunidade e dos consumidores. “Por meio das iniciativas de P&D, buscamos suprir necessidades internas na melhoria dos serviços da companhia, além de atuarmos em projetos que desenvolvem soluções para mobilidade elétrica, geração elétrica limpa, inteligência artificial, redes e cidades inteligentes e todos os seus impactos no setor de energia do estado e do país”, afirma. Ele destaca que, na área de eficiência energética, além de promover novas versões aprimoradas dos projetos que atuam junto aos consumidores, a perspectiva da empresa é direcionar esforços para programas nas áreas da saúde, educação e beneficência.

Eficiência energética a serviço dos catarinenses

O Programa de Eficiência Energética da Celesc atua junto aos consumidores residenciais, em especial, às comunidades de baixa renda, aos hospitais filantrópicos, às entidades beneficentes, às escolas, às indústrias e à iluminação pública. Segundo o gerente da Divisão de PEE e P&D da empresa, Thiago Jeremias, as ações do programa foram pioneiras em muitas frentes de atuação.

“No início dos anos 2000, projetos de PEE foram responsáveis pela substituição de lâmpadas de vapor de mercúrio por vapor de sódio, as mais eficientes do mercado na época, em mais de 60 municípios do estado. Recentemente, 13 municípios participaram novamente do programa, porém na troca desse sistema de iluminação pública por lâmpadas LED, que para uma cidade pode representar uma economia de até 50% na fatura de iluminação pública, por exemplo”, conta Jeremias.

Em 20 anos, outros projetos da área também transformaram as antigas instalações elétricas de cerca de 70 hospitais filantrópicos, em mais eficientes. Já na área da educação, por meio de parceria entre a Celesc e a Secretaria de Estado da Educação (SED), foi criado o projeto educacionalCelesc nos Cedups,que criou laboratórios de Eficiência Energética em seis Centros de Educação Profissional (Cedup) de Santa Catarina. Com investimentos R$ 4,2 milhões (sendo R$ 3,8 milhões via PEE ANEEL/Celesc e R$ 480 mil pelo Governo do Estado), a missão é capacitar professores e permitir que estudantes do Ensino Médio aprendam uma nova profissão e atuem de modo efetivo na otimização do uso de energia elétrica tanto em casa, quanto em indústrias e comércios. A expectativa é que 2.800 alunos da rede estadual tenham essa qualificação na grade curricular e que, em dez anos, o projeto tenha potencial para qualificar 28.000 alunos, impactando cerca de 85.470 familiares desses estudantes.

laboratório

Umas das ações mais relevantes de PEE são os Bônus Eficientes, por meio dos quais a Celesc bonifica a compra de aparelhos novos e eficientes a clientes residenciais, comerciais e industriais. Eles são divididos em três categorias: Eletrodomésticos, Motor e Fotovoltaico. O programa, por meio da contrapartida dos consumidores participantes, também vem ajudando diversas instituições filantrópicas do estado. Em 2020, a iniciativa entregou a doação de R$ 954 mil para quatro instituições filantrópicas localizadas em Chapecó, Florianópolis, Joinville e Tubarão. A arrecadação corresponde a um valor aproximado de R$ 238,5 mil para cada organização.

Mais popular entre eles, o Bônus Eletrodomésticos beneficiou, nas últimas duas edições, mais de 100 mil consumidores residenciais com um aporte de R$ 30 milhões em investimentos. Sua 6ª edição, realizada esse ano, ofereceu desconto de 50% para a substituição de refrigeradores, aparelhos de ar condicionado e freezers antigos e ineficientes por novos e com Selo Procel de economia de energia.

Já o Bônus Fotovoltaico, que concede subsídios para a instalação de sistemas de captação de energia solar em residências e instituições do estado, conquistou, em 2020, o 1º lugar na categoria Preservação Ambiental do Prêmio Empresa Cidadã ADVB. A iniciativa, que teve as inscrições abertas em 2016, concedeu bônus de 60% aos participantes na instalação de 1.250 sistemas fotovoltaicos. Ao todo, foram investidos R$ 22,17 milhões, sendo R$ 14,1 milhões provenientes do Programa de Eficiência Energética da ANEEL/Celesc e R$ 8 milhões como contrapartida dos clientes que adquiriram as placas solares.

Em 2018, a Celesc entregou um novo sistema fotovoltaico ao Hospital Bethesda, em Joinville. Ao todo, 670 painéis passaram a gerar 27.097 kWh/mês, representando uma redução de 46,8% no valor a ser pago na fatura mensal de energia elétrica. Assim como a sede da Polícia Federal, localizada na Capital, que recebeu um sistema de geração de energia solar na cobertura do prédio, com potência de 31,8 MW, que gerou economia de energia de 187 MWh/ano.

Este ano, o programa Bônus Motor conquistou o inédito prêmio mundial da Associationof Energy Engineers (AEE), uma das principais premiações do setor para projetos de eficiência energética, na categoria Projeto Inovador de Energia do Ano 2020. A iniciativa, voltada para as classes Industrial, Comércio e Serviços, Poder Público, Serviço Público ou Rural, que concede desconto de até 30% para a troca de motores elétricos antigos ou recondicionados por equipamentos novos e mais eficientes, substituiu, em 12 meses, mais de 1,7 mil motores, o que representou uma economia total de 18,64 GWh, número correspondente ao consumo de aproximadamente 7,5 mil moradias. Em motores, foram vendidos R$ 14,87 milhões, dos quais R$ 5,02 milhões foram pagos pela distribuidora.

Outro projeto com grande impacto no cotidiano dos catarinenses é desenvolvido na região serrana: o Banho de Energia, que beneficia consumidores da área rural com a instalação de um sistema de trocador de calor que permite aquecer a água do banho com o calor do fogão a lenha. Com investimento de quase R$ 6 milhões, a iniciativa conquistou o Prêmio Fritz Muller de 2017, na categoria Gestão Socioambiental, e o Prêmio Expressão de Ecologia, em 2018, considerado a maior premiação ambiental do Sul do país.

Já o projeto Energia do Bem promove, há cinco anos, a substituição de equipamentos elétricos, como chuveiros, refrigeradores e lâmpadas, por itens mais eficientes e já beneficiou mais de 75 mil famílias de baixa renda do estado.

Estímulo à pesquisa fomenta projetos de inovação

A área de P&D da Celesc também atua por meio de projetos que colocam em pauta as últimas tendências tecnológicas e de mercado na área de energia. O fomento à geração eólica, redes inteligentes, empreendimentos de telecomunicação e desenvolvimento de novos materiais são alguns exemplos. Os recursos são destinados a empresas e instituições públicas e privadas brasileiras, que apresentem atividades de pesquisa e desenvolvimento energético.

Este ano, o primeiro projeto da área a dar retorno em royalties à Celesc saiu do papel: a criação de um protótipo de turbinas eólicas para aerogeradoresde 4,2 MW de potência, desenvolvido em parceria com as empresas Engie e Weg. A construção das novas turbinas, que estão em fase de testes no estado, recebeu da Celesc, via P&D ANEEL, um aporte de R$ 30 milhões, de um total de R$ 186 milhões. “No momento, os aerogeradores estão em fase de teste, um dos desafios da cadeia de produção relativa ao fornecimento e custos de materiais para implementar estruturas mais eficientes para geração eólica no país”, afirma Roberto Kinceler, gerente do projeto na Celesc.

Outra importante iniciativa desenvolvida por meio do programa de P&D, desta vez em parceria com a Fundação Certi, é a instalação de 30 eletropostos no estado, que irão compor a maior via com autonomia para carros elétricos do país, com cerca de 1.700 quilômetros de extensão. Sete deles já estão instalados em um trecho de aproximadamente 300 quilômetros, entre as cidades de Florianópolis (passando por Blumenau, no Vale do Itajaí), em Santa Catarina, e de Curitiba, no Paraná. Outros 23 eletropostos estão sendo instalados no estado, sendo cinco deles estações de recarga rápida e 18 semirrápidas. As estações rápidas vão expandir a infraestrutura existente entre Joinville e Florianópolis e consolidar um corredor elétrico ao longo da BR 101, entre a divisa com o Paraná até a fronteira com o Rio Grande do Sul.  As estações semirrápidas serão utilizadas no processo de interligação dos eixos Norte-Sul (de Joinville até Criciúma) e Leste-Oeste (de Florianópolis até Chapecó).

“Com o corredor de eletropostos, a Celesc pretende fazer de Santa Catarina referência no mercado de veículos elétricos e contribuir, de forma relevante, com o desenvolvimento desse mercado no país”, afirma Marco Gianesini, gerente do Departamento de Projetos da Celesc. Segundo ele, em 2020 as estações já existentes realizaram, em média, 150 recargas. “A estimativa é que, em 2021, esse número dobre, chegando as 300 recargas por ano em todo sistema”, aposta Gianesini.

Outro projeto nesta área, destacado pelo gestor, é o que converte carros da frota pública movidos à combustão em carros elétricos. Realizada em parceria com o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), a iniciativa faz parte da Chamada de P&D Estratégico da ANEEL, terá aporte de R$ 6,4 milhões em investimentos e já está em andamento, com prazo de 36 meses para a execução. Ao todo serão sete veículos cedidos por alguns órgãos estaduais, como Receita Federal, Tribunal de Contas, entre outros. “A frota de veículos leves no Brasil deverá triplicar até 2050, chegando a 129 milhões, dos quais 11,9 milhões, ou seja, entre 9 e 10%, têm previsão de serem veículos puramente elétricos. Além disso, o desenvolvimento de veículos híbridos já é uma realidade por aqui, cenário que vai alinhando o país à meta de atender às exigências mundiais de reduzir a emissão de gases nocivos”, afirma o coordenador do projeto Adriano de Andrade Bresolin.

Sobre a seleção de projetos das áreas de PEE e P&D

Nas duas áreas são aceitas propostas para avaliação sugeridas por setores e empregados da própria Celesc, bem como porinstituições públicas ou privadas de ensino ou de pesquisa, universidades, empresas de consultoria, fabricantes de materiais e equipamentos que apresentem em seu estatuto social, atividades de pesquisa e desenvolvimento.Para os trabalhos externos, as áreas realizam Chamadas Públicas anuais, com o objetivo de identificar e selecionar projetos que promovam eficiência energética para os consumidores e o desenvolvimento de soluções inovadoras para ampliar e fortalecer a qualidade do setor elétrico.

Texto: Marcelle Fernandes | Edição: Heda Wenzel

Comunicação Celesc